sábado, 11 de outubro de 2014

Tão perto e tão longe: Petropolis com vôo raro de acontecer!






Tão perto e tão longe!
Este sábado 11/out fui com o Cedrick e uns amigos de vôo para tentar voar na condição de vôo especial que estava prevista com nuvens bem altas em Petrópolis.
Há 16 anos frequentamos as rampas da cidade imperial e sempre nos foi imposto pela natureza um bloqueio natural na rota Petropolis -> Juiz de Fora sobre a BR-040 por causa das cadeias de montanha que cercam a rodovia BR-040, do terreno montanhoso e da total escassez de pousos seguros para uma asa-delta.
Sempre que eu passava pela rodovia eu percebia que havia apenas 2 pousos possíveis na rota para Itaipava. Um perto da entrada de Araras (dentro de um Vale) e o outro era o Heliponto na beira da estrada bem em frente à feirinha de moda de Itaipava. Pensava comigo: "Um dia vou pousar aqui. Já tem até a biruta.".
A distância de vôo nem é tão longa (uns 20km ou menos), mas com obstáculos naturais de 1.800m no caminho tudo fica mais complicado.
A previsão dizia que teríamos um teto de nuvens a 3.000m ou mais.
Decolamos e percebemos que o vôo estava mais fraco que o previsto, mas as nuvens altas estavam lá. Só estava difícil alcançá-las.
Decidimos jogar para cima da alta cordilheira a oeste da rampa do Parque São Vicente, onde ficam instalados os radares do sistema militar CINDACTA que é responsável por rastrear e controlar o espaço aéreo brasileiro. É uma construção enorme instalada sobre um cume de pura mata atlântica chamada Pico do Couto, com 1.800m acima do nível do mar.
Jogamos para lá e depois de quase 1 hora tentando "escalar" o Pico do Couto com segurança, pegamos o único "canhão" consistente do dia que nos jogou a 2.400m sobre o nível do mar (600m sobre os radares).
Era a chance de ouro. O vento empurrava para Itaipava e tínhamos a chance de pegar outra térmica no caminho que poderia nos jogar na base das nuvens que já estavam a uns 3.200m nesse momento.
Lá de cima víamos Miguel Pereira, Paty dos Alferes, Araras, Petropolis e Itaipava. Embaixo, cada pedregulho pontudo estilo "Pão de Açúcar que tomou anabolizante para equinos". O Pão de Açúcar tem uns 400m. Os de lá tinham 1.800m.
Preferimos jogar para cima da BR-040 e garantir os 2 pousos que conhecíamos. Havia a opção de jogar embaixo da altas nuvens que cobriam a cordilheira que divide Araras de Paty, mas teríamos de pousar em Paty, com terreno mais alto e "esburacado" que não conhecíamos. Estradas, só de terra.
Chegamos sobre o primeiro pouso com segurança, engatamos em outra térmica no azul que nos jogou a 2.000m. Esticamos para cima do pouso da feirinha e ganhamos novamente até uns 1.900m. Pronto, o pouso do Heliponto estava garantido.
Agora era tentar chegar nas "monstras" que estavam pairando sobre a cordilheira e se mantinham a 3.200m.
Jogamos embaixo delas no Rotor (sotavento) da pedra Pedra Bonita de Itaipava, mas após tentarmos sem sucesso, decidimos por terminar o vôo e voltar em segurança para o pouso do heliponto da feirinha de Itaipava.
É, depois de 16 anos, em um dia especial, conseguimos "voar para trás da rampa de Petropolis" e ainda terminar o dia comendo um pastel e um churros na feirinha.
Agradecimentos especiais para a super esposa Fernanda que nos resgatou rapidinho e ainda conseguiu nos esperar desmontar a asa curtindo uma água de coco à sombra da feirinha.


Track do voo: http://www.portaldovoo.com.br/leonardo/flight/12768

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Leituras visíveis para uns e invisíveis para outros

Pilotos de vôo-livre precisam desenvolver algumas "leituras" que a maioria dos esportes não precisam.

Nas regatas de veleiros, zonas de calmaria ou rajadas podem ser "lidas" na superfície da água através da presença de mini ondas.

No vôo, mais uma dimensão é inserida e deve ser prevista e praticada pelos esportistas que querem aprofundar sua técnica e aguçar os sentidos.

Vou propor um exercício de navegação e orientação sem o uso de instrumentos:

Na foto em questão, se você só sabe que está sobrevoando a região localizada entre o Rio de Janeiro e de São Paulo, e como pode ser visto na foto você está próximo ao oceano, tente deduzir se a foto foi tirada de manhã, de tarde ou próximo do meio dia. Obs.: Foto tirada no mês de agosto (inverno).

Faça um zoom na foto, se necessário.

E se na foto você visse uma fumaça bem definida no local onde pretende pousar e essa fumaça estivesse da esquerda para a direita. Você deduziria que o vento no pouso está em qual quadrante? Sul, norte, leste ou oeste?

quarta-feira, 19 de março de 2014

Para onde as asas devem evoluir?

Tenho refletido muito sobre as futuras evoluções das asas. 

De um lado, as asas rígidas com seus aparatos, performance e, claro, complexidade para montar e um peso extra, e de outro lado, os parapentes com sua praticidade extrema, mas com muito mais instabilidade em vôo e baixa performance.  
  
Acredito que o grande desafio dos fabricantes de asa seja a criação de asas flexíveis que fiquem mais leves no ombro, mais fáceis de montar e desmontar e quando estiverem no breakdown fiquem com menos de 3 metros.  Claro que sem perder performance. 

Os atuais 4m no breakdown são o limite dos porões de aviões para transporte em viagens.  É um parto transportar um asa em um cia aérea. 

As complexidades aumentaram muito o peso das asas e os procedimentos de montagem.  

As paninhos (asas pano-simples) de antigamente são bem mais leves que as asas de carbono de hoje em dia.  

Os parapentes estão aí para provar que a praticidade tem o seu valor. Eu chutaria que já são mais de 15 pilotos de parapente para cada 1 piloto de asa-delta flexível. 

Mas o que pode ser feito para reduzir a complexidade atual?


Eu tenho reduzido meus equipamentos nos últimos anos, como, por exemplo:


1) Voltei do mosquetinho preso dentro da asa para o mosquetao tradicional com hangloop.  

2) parei de filmar os voos por causa da tranquerada. 

3) troquei o casulo de 2 placas pelo de placa única que o Nene evoluiu.  

4) não tenho usado mais a capa de chuva grossa. 

5) prendo meu vario e meu Spot rapidamente com um engate rápido na Cordinha de segurança. 

6) adorei o baú de fibra com tampa  do cinto do Nene onde jogo rápido as mordomias mais miúdas sem ter de dobrá-las.  

7) não tenho mais radio-base no carro.  Só dava defeito e trabalho para montar antena etc. 

8) o radinho de vôo está com os dias contatos.  Quando chegar a tecnologia de ver o outro piloto no próprio "variometro" eu vou parar de usar radio.  

9) o sistema de resgate que montamos já dispensa o rádio base e a comunicação com o piloto em vôo.  É apenas um Tablet com chip 3G no carro contendo a página do Flytrace aberta e um aplicativo de GPS de carro offline instalado.  Nem mesmo o GPS automotivo é necessário. E mais: se eu pousar e tiver internet onde eu estiver, até monitoro o carro e descubro onde o resgate está, pois tem um aplicativo rastreador no Tablet que mostra em um mapa o veículo. 





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Erick Vils
erick@vils.com.br
www.vils.com.br