Piloto: Geraldo Nobre (piloto de asa, Rio de Janeiro)
UMA ASA SOBRE CUZCO
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Com GERALDO NOBRE
19.000 pés já era uma altitude mais do que suficiente para vislumbrar toda a pampa, o vale sagrado dos Incas e atrás de mim a cidade. Procurando dominar a emoção, aproei sudeste na bússola, abandonei a térmica e parti rumo a Cuzco. A emoção era quase incontrolável. Os efeitos da altitude não se faziam sentir. Os sacrifícios haviam sido recompensados, conseguira alcançar a meta, Cuzco estava sob meus pés.
A motivação para esta aventura sobre Cuzco veio através de um convite da Comission Nacional de Vuelo Libre do Peru, feito pelos pilotos Kurt Meinel e Josué Bustamante. Os amigos solicitavam junto à Popstar Turismo minha ida a sua terra natal para juntos explorarmos a potencialidade de vôo local, incentivar a prática de nosso esporte e, quem sabe, prepararmos a base para um futuro evento internacional neste berço de nossa civilização sul-americana.
Com o significativo apoio da AEROPERÚ, das cozinas SURGE, da COMISSION NACIONAL DE VUELO LIBRE DO PERU e da POPSTAR Turismo, desembarcamos em Lima na noite de 23 de outubro de 1989, trazendo na bagagem uma asa delta INTERCEPTOR da ALBATROSS. Os amigos lá estavam a minha espera e, mais do que isso, Kurt era comandante no vôo que me levou do Rio de Janeiro a Lima.
Recém chegado e instalado, tratamos logo de fazer um roteiro para a nossa curta estada de oito dias no Peru:
- 2 dias para conhecer Lima e voarmos na Costa Verde;
- 3 dias para irmos a Callejón de Huaylas, às cidades de Huaraz e Caraz e voarmos nas Cordilleras Blanca e Negra, no Departamento de Ancash;
- 3 dias para irmos ao Departamento de Cuzco, voar na pampa, no vale sagrado dos Incas e, quem sabe, na cidade de Cuzco.
Pronto, tínhamos um pequeno roteiro. Não colocamos todos os locais onde se pode voar no país como, Cumbemayo em Cajamarca, Nazca em Ica, Majes em Arequipa, Mantaro em Junin e Colan em Piura, mas, para este curto espaço de tempo colocamos o que nos parecia os principais locais de vôo e turismo local.
Segunda-
O vôo é tranqüilo. Temos uma encosta de aproximadamente 5 km de extensão e 80 m de altura entre a praia e a cidade, com vento de frente, sempre constante, 10 a 15 milhas, permitindo um ganho de altura de 100 a 200 metros sobre a decolagem e possibilitando-nos admirar todas as ruas e construções da cidade. Nós três decolamos e ficamos em torno de 2 horas a passear por um local incomum ao turista, 150 metros sobre costa de Lima indo até‚ Miraflores e retornando à Avenida Brasil, pousando na própria decolagem ou no farol de Miraflores e tornando a decolar. Podemos chamá-lo de vôo cartão postal, pois é exatamente a impressão que se tem durante todo o vôo, várias vistas dignas de comporem um álbum de cartões postais de Lima. Podemos, também, classificá-lo para os praticantes de Vôo Livre como um local fácil e seguro de voar; decolagem e pouso propícios para os iniciantes no esporte ou para vôos duplos, com correntes orográficas constantes durante todo o dia e sem atividade térmica. Enfim, o paraíso para vôos de permanência.
Quarta-
Acompanhado de Josué‚, com nossas asas e com Rolando, nosso amigo motorista das cozinas Surge, saímos de Lima rumo ao Norte pela rodovia Pan-americana. Pela paisagem desértica da costa do Pacífico passamos por Ancón, Chancay, Huacho, Barranca até atingirmos Pativilca, vilarejo onde devemos abandonar a Costa e seguir pelos contrafortes dos Andes até a região de Serra. Penetrando por vales verdes e com montanhas só de pedra e areia vamos subindo e descobrindo os primeiros grupos e vilas de campesinos, povo humilde, simples, dedicado às atividades básicas da região: a agricultura, o pastoreio e o artesanato, porém, com uma doçura e dedicação que deveria servir-nos de exemplo. À medida que subimos a paisagem vai se transformando para apresentar-nos a magnitude e imponência da Cordilheira dos Andes. Atingimos o ponto mais alto da subida, a vila de Conococha a 4.100m. A paisagem muda radicalmente. Descortina-se a nossa frente uma pampa verdejante imensa tendo ao fundo o pico Caullaraju com seus 5.600m, nevado. É impressionante o que a natureza reservou-nos de belo neste local, algo de tirar o fôlego, algo de levar-nos a sonhar que aqui devo ter uma moradia eterna. A partir daqui o caminho‚ através da pampa, em suave descida, em direção ao vale. Ladeada pelas Cordilleras Blanca, com seus 6.000 m de altitude em média à direita, e Negra, com seus 5.000 m à esquerda, a estrada avança por sobre o vale e passamos por Catac, Huaraz, Carhuaz, etc..., cidades da região. Admirei a dedicação dos campesinos, em seus trajes típicos, no trabalho quase artesanal de suas terras. As encostas formam verdadeiros mosaicos de traços e cores. É o resultado de seu suor e a fonte de seu sustento.
Chegamos a Yungay, cidade há poucos anos soterrada por uma avalanche vinda do pico mais famoso do vale, o imponente Huascaran. São 15h, almoçamos e já é tarde para voarmos, mas, mesmo assim, vamos tentar a subida. É através de uma pequena estrada de pedras, caminho de descida de um vilarejo dedicado ao cultivo de flores para exportação, que se vai ao ponto de decolagem. É um trajeto duro, impossível para um carro de passeio, necessitamos de um Jipe. Após algumas tentativas, desistimos.
- "Amanhã será um novo dia e conseguiremos outro carro e teremos mais tempo", com este pensamento, alguma frustração e o cansaço das 8h de viagem necessárias para chegarmos, fomos nos instalar em Caraz.
Caraz, 2.100 metros de altitude, cidade bem marcante no vale, cidade típica do local, cidade exportadora de flores, cidade orgulho de seus habitantes, principalmente pelo clima diverso do restante do vale, sempre bom.
Instalados no Hotel Chavin saímos a procurar Murad, um francês descendente de árabes, amigo de Josué‚ residente há algum tempo em Caraz e um fã ardoroso da cidade, do vale e de seu povo e como era conhecido, o gringo dono do Djurjura, "Café Restaurante Internacional de Caraz". Não tão imponente quanto o nome, mas aconchegante e onde junto com sua esposa servem amavelmente a melhor comida da cidade. Ele foi nosso anfitrião e providenciou tudo para que no dia seguinte pudéssemos efetuar nosso vôo de reconhecimento.
Quinta-
Despedidas, agradecimentos, promessas de retorno e viagem de volta a Lima pelos mesmos vales, pela pampa, descendo a serra, através da costa desértica e provando o famoso cebiche, este foi o nosso quinto dia no Peru, Sexta-feira, 27/10.
Sábado, 28/10, 06h00min da manhã, aeroporto Jorge Chavez, Lima, acompanhado mais uma vez pelo amigo e sagaz companheiro de viagem, Josué, estamos embarcando com a cortesia da AEROPERU para a terceira e mais importante parte de nossa aventura, onde me parece ser a região mais famosa em termos turísticos, CUZCO.
Tudo que ouvimos falar sobre Cuzco é de imediato comprovado. Situada a 3.100 metros s.n.m., na parte Ocidental da Cordilheira dos Andes, sede do Império Quechua ou dos Incas, como queiram, a cidade exala de imediato uma aura de misticismo da época Incaica, através de sua arquitetura quase toda moldada em pedra e barro, através de seus aldeões em trajes típicos a percorrê-la, através de suas danças folclóricas, através de suas ruínas e museus e ainda mesclada com algo da colonização espanhola.
Já no aeroporto a aura de Cuzco nos envolve e domina. Você se sente diferente, emocionado e encantado com a região.
Justo Torres, representante local das cozinhas SURGE, é quem nos recebe e faz as honras enquanto de nossa estada na cidade. Atencioso e extremamente calmo, ele nos acomoda no Hotel Tambo, providencia a caminhonete para transporte das asas, leva-nos a casa de Josué López e de Nélio Mujica, amigos locais, entusiastas de nosso esporte, e que são nossa companhia, apoio e ajuda durante todo o tempo em que aí estivermos.
São 11h30min estamos prontos, com todo o material e pessoal necessário e relativamente aclimatados com a altitude, pois havíamos feito um estágio de três dias em Caraz, entre 2.000 e 3.000 m, tomamos o famoso chá de coca, obrigatório para se tentar evitar o sorote (enjôo das alturas) e, dispostos a conhecer o que se pensava do vôo sobre a pampa e sobre o vale sagrado dos Incas. Partimos em direção Norte, rumo a Chincheiros, um vilarejo campesino situado na pampa, conhecido por seu mercado indígena de trocas, vizinho a decolagem. A natureza reservara-me outra surpresa e emoção: a pampa. Era algo mais belo do que podia ter imaginado, aquele mosaico de traços e cores visto anteriormente era aqui a paisagem dominante e a perder-se de vista em todas as direções. Para nós voadores, um verdadeiro mar de pousos perfeitos, ou melhor, um só pouso, ou talvez, tudo é pouso, mais do que isso, além do imenso pouso a beleza bucólica da pampa com suas pequenas represas e ovelhas, gado, burricos a pastar, criando uma imagem digna de uma tela. O morro da decolagem, situado a aproximadamente 45km de Cuzco, pode ser descrito como uma calosidade na pampa, com a mesma paisagem, tendo 200m de desnível pela parte posterior e uns 550m pela face escolhida como decolagem. Pela subida suave e gramada se atinge o cume e pode-se mirar ao redor toda a imensidão desta pampa, as represas e, de quebra, como uma fenda ao nosso lado, o vale sagrado dos Incas, tendo na outra encosta seus picos nevados. Mais uma vez os campesinos estão presentes, pois antes da subida passamos em Collanas, povoado ao pé da decolagem, e solicitamos a comunidade seu apoio e ajuda para chegarmos ao topo. Logo a pick-up estava com uns 10 homens dispostos a nos acompanhar. A área para montarmos as asas é praticamente todo o morro. O vento faz-se sentir entre 10 e 25 milhas durante uma rajada. As características do terreno, o sol quente, o ciclo de rajadas nos dá a certeza de térmicas, talvez não tão intensas quanto desejaríamos, pois se avizinha um imenso cirrus vindo de noroeste. Não há qualquer problema, faremos um vôo de reconhecimento, deixando para amanhã qualquer tentativa de cross-country (vôo de distância).
Todos a postos, asas montadas, roupas térmicas, luvas, capacete, óculos protetores, equipamentos aferidos, vento de noroeste 20 milhas, altitude 12.530 pés, 14h50min e novamente alçamos vôo. Uma ascendente suave e forte nos coloca a 1.000 pés sobre a decolagem. De início um pouco de turbulência, mas logo se torna um vôo liso e panorâmico sobre a região. Um gavião junta-se a nós, ora seguindo-me, ora acompanhando Josué. Agora somos três que estão a planar. Estendemos nosso passeio ao lado e vamos até‚ a borda do vale sagrado, sobre Urabamba; voltamos, ganhamos mais altura e vamos a frente até‚ Moras e por sobre as ruínas de Moray; voltamos novamente, retomamos a altura e ficamos neste êxtase, variando entre 11.500 e 13.500 pés, pois o cirrus ali se instalara não permitindo alturas maiores, por aproximadamente 2 horas, após o que partimos ao pouso. Josué penetra no vale e vai pousar em Urabamba. Eu desço em círculos, decidido a pousar suavemente no centro do pequeno povoado, como forma de agradecimento a tanta amabilidade deste povo. Uma correria, uma festa, uma novidade. Todas as crianças correm ao meu encalço; as senhoras, mais recatadas, se acercam; os homens, mais arredios, observam-me. A felicidade deles pelo evento e a minha pelo vôo esta estampada em nossos rostos. Sou brindado com uma chicha, cerveja feita no campo à base de maiz. Meus amigos lá já estavam e ajudam a desmontar e arrumar todo o material rapidamente, pois já são mais de 17h00min e ainda devemos recuperar Josué no vale. Despedimo-nos dos campesinos e descemos rumo a Urabamba. Achamos Josué‚ dentro de um casebre rústico, jantando com uma pequena família local. A recepção tinha sido tão calorosa quanto a minha. Incrível, estávamos tendo como coroamento do dia lições de humildade, de pureza de sentimentos, de cortesia e de amabilidade. O sol se pôs e nosso retorno foi de noite.
Sábado, 29/10, o dia amanhece exuberante, um azul forte e indicativo de condições mais do que perfeitas à prática do vôo livre. Era meu último dia de vôo no Peru. Eu sabia disto e tinha que marcar minha vinda aqui. Era minha última chance, não podia perdê-la, tinha que voar sobre Cuzco. Eu sabia que era perfeitamente realizável. Chega de vôos de reconhecimento local. Já estava mais aclimatado com a altitude. Devia deixar minha técnica fluir para alçar algo maior. Estava decidido: Iria pousar no aeroporto de Cuzco.
Às 10h00min estávamos todos reunidos no Hotel e prontos para partir. A decolagem deveria ser mais cedo e apressamos o passo. Chegamos na decolagem e as condições eram superiores às do dia anterior: o mesmo vento, mais sol, sem cirrus e com vários cúmulos a se formar. O teto estava alto, acima dos picos nevados, o que nos indicava algo em torno dos 6.000 metros.
- "Josué! Vamos voar sobre a pampa em direção sudeste, para Cuzco."
- "Tire uma foto."
- "Olha, vou voar naquela direção, passar aquela cordilheira e chegar a Cuzco. Procurem-me no aeroporto."
Lembro-me que Josué López e Nélio ficaram incrédulos, mas não disseram nada.
Outra vez tudo pronto e às 13h10min nova decolagem. Porém, como tudo indicava, hoje tínhamos térmicas melhores e logo achei uma imensa. Procurei caprichar e centrando ao máximo fui vendo o mundo diminuir sob mim. O morro da decolagem achatou-se no solo e em alguns minutos derivando com a térmica estava a 16.500 pés, 4.000 pés acima da decolagem, um recorde pessoal e para mim histórico. Perfeito, parti ao cross, seguindo o que me pareceu à melhor rota: rumo ao lago Piuroy, represa de Cuzco, ao pé da encosta que estava a Sul. A escolha não foi muito feliz, perdendo altura lá cheguei, encontrando uma área um pouco instável, sem ascendentes consistentes. Tinha perdido 3.000 pés e devia rapidamente escolher outra rota. Josué vendo que partira, não hesitou, mesmo com pouca altura seguiu-me. Infelizmente não achou outra ascendente em sua rota e viu-se obrigado a pousar perto de Chincheiros, na pampa. Virei a Oeste vendo uns cúmulos que se formavam e dirigi-me a eles. Perdi mais 600 pés, mas encontrei a térmica em formação. Primeira fraca e instável, pouco a pouco mais firme até‚ estabilizar-se em cerca de 500 pés por minuto de ascendência constante. Uma vez mais aquele êxtase de elevar-se numa térmica.
- "Espere, tenho que documentar isto.", pensei.
Saquei a máquina fotográfica e comecei a documentar o vôo. À medida que subia o horizonte de visão aumentava. De repente ultrapassei a altura da cordilheira, ainda distante uns 5 km, e avistei Cuzco. A emoção começava a se fazer presente e pensava:
- "Estou quase lá."
- "Falta-me pouco."
- "Controle-se."
- "E a altura?"
- "A quanto estamos?"
- "17.800 pés!"
- "Está se sentindo bem?"
- "Nenhum efeito da altitude?"
- "Espere mais um pouco."
- "Tire uma foto de Cuzco ao longe."
- "18.980 pés."
- "Está bom."
19.000 pés s.n.m. já era uma altitude mais do que suficiente para vislumbrar toda a pampa, o vale sagrado dos Incas e atrás de mim a cidade. Procurando dominar a emoção, aprumei sudeste na bússola, abandonei a térmica e parti rumo a Cuzco. A emoção era quase incontrolável. Os efeitos da altitude não se faziam sentir. Lembro-me, ainda, que me dirigi à ponta da cordilheira que separa Cuzco da pampa, que parei novamente, que encontrei nova térmica e recuperei parte da altura perdida até chegar ali. Já não importava mais, o importante era que os sacrifícios haviam sido recompensados, conseguira alcançar a meta, Cuzco estava sob meus pés. Estava sobre a cidade e dediquei alguns minutos a fotografar as ruínas de Sacsayhuaman, a praça de armas com sua catedral, o estádio e todas as cercanias da cidade. A altura em que me encontrava sobre Cuzco permitia que continuasse o vôo para qualquer direção, mas não, já era o suficiente, vamos consagrá-lo. Fiquei sobre a cidade cerca de 40 minutos, indo e vindo em todas as direções, até que por fim dirigi-me ao aeroporto para o último planeio e onde sabia que certamente o pouso seria registrado. Às 14h50min estava pousado e sabia ser o novo detentor do recorde sul americano de altitude com asa delta. O mais foi festa: o povo que acorreu para ver a novidade; os amigos que chegaram para resgatar-me e que não acreditavam ser possível; o jantar na casa de Josué López, as despedidas e, a certeza de que voltarei para novos vôos, para a festa dos campesinos e para o passeio que não fiz a Manchu Picchu.
Da viagem e de seus objetivos concluímos que o vôo livre no Peru é perfeitamente possível e com grande potencial. Lima e todas as regiões de vôo situadas na Costa apresentam condições ideais para vôos de permanência, perfeitas até mesmo aos pilotos iniciantes. Criando-se uma infra-estrutura adequada pode-se promover um evento nacional, talvez na semana de andinismo, em Caraz. E, que Cuzco ‚ imbatível pela beleza, pelas condições técnicas de vôo e pela infra-estrutura apresentada pela cidade para eventos de porte internacional, além de todo o misticismo e história que a rodeia.
Gostaria, ao final, de registrar os meus sinceros agradecimentos a POPSTAR Turismo pela intermediação da viagem, a AEROPERU pelas concessões no transporte aéreo, às Indústrias SURGE pela hospedagem e locomoção, à COMISSION NACIONAL DE VUELO LIBRE DO PERU e a todos os seus associados pelo convite, a Kurt Meinel e Josué Bustamante companheiros e amigos no esporte, a Rolando, Justo Torres e Murad decisivos no apoio a nossos vôos, a Josué López e a Nélio pela ajuda e admiração ao amigo e ao esporte e, em especial, aos campesinos por sua beleza interior. A todos vocês o meu muito obrigado e, tenham certeza que isto só foi possível pela união e motivação de todos nós.
FICHA TÉCNICA DO VÔO
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DATA: 29 de outubro de 1989.
DECOLAGEM
LOCAL: Cerro Sacro
ALTITUDE: 12.530 pés
HORA: 13h10min h
POUSO
LOCAL: Aeroporto de Cuzco
ALTITUDE: 10.200 pés
HORA: 14h50min h
CONDIÇÕES DE VÔO
VENTO: Noroeste de 10 a 20 milhas
TÉRMICAS: 300 a 500 pés por minuto
TEMPO DE VÔO: 01h40min h
ALTITUDE MÁXIMA: 18.980 pés
GANHO DE ALTURA: 6.450 pés sobre a decolagem
DISTÂNCIA VOADA: 25 km
Em 1991, voltamos a Cuzco para realizar o primeiro Evento Internacional de Cross Country no local, com pilotos de diversos países. Fizemos vôos seguindo por dentro do Vale Sagrado, vôos passando por Cuzco e seguindo por vales no meio dos Andes, tudo com apoio incondicional do Exército Peruano no resgate e no transporte aéreo até lá, pois era a época dos Tupamaros. Fomos também conhecer e tentar voar em Manchu Picchu, mas isto é uma outra estória.