sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

ARTIGO: Voando no Sertão, parte 5 (final)

Segue o ultimo texto da série escrita por Glauco Cavalcanti.

Por Glauco Cavalcanti:

"Agradeço sua paciência em dividir com a lista os textos. Preferi não estar escrito na lista para evitar os comentários, afinal eles poderiam afetar a trajetória do artigo.

Aos amigos copiados agradeço as palavras de incentivo. Foram preciosas para que concluísse esta sequência de cinco textos em cinco dias. Todos os dias acordei 5AM e escrevi até 8AM antes da Isabella (minha filha acordar). Foi um processo puxado mas que gerou um documento que pode ajudar outros pilotos no futuro. Esta foi minha intenção. Espero ter alcançado o objetivo.

Bons vôos a todos,

Glauco

http://www.megafly.blogspot.com/


 

Desvendando os Mistérios de Quixadá – Parte V

Myth Buster – Caçador de Mito

Por: Glauco Cavalcanti

www.megafly.blogspot.com

 

PARTE 5 – Recorde Pessoal

 "Por fim você aprende. Aprende que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser..."

Termino a série de textos com uma adaptação do poema de William Shakespeare. Uma reflexão sobre recorde pessoal. Agradeço a você leitor pela confiança em fazer este vôo duplo comigo. Digo que Quixadá é mais do que um vôo, é uma experiência de vida. Foi bom tê-lo a bordo dividindo comigo esta fantástica experiência. 

 

Depois de algum tempo você aprende. Aprende a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos do vôo são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam. Percebe que seu melhor amigo e você podem voar juntos, ou simplesmente não fazer nada, e terem bons momentos.

Descobre que se leva muito tempo para se tornar o recordista que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Por isso coloque uma rota no seu GPS ela vai guiá-lo de vez em quando.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam se você voou longe... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.

Aprende que os verdadeiros heróis no nosso esporte são aqueles que voam por muitos anos. Aprende que os destemidos já se foram ou estão para partir. Aprende que se segurar a barra na hora do crash seu braço quebra. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se nas roubadas.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve em vôo e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários  você celebrou. Aprende que nunca se deve dizer a um voador que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ele acreditasse nisso.

Monte sua asa e fortaleça a sua alma, ao invés de esperar que os outros reconheçam seu valor. E por fim você aprende. Aprende que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Por isso vá a Quixadá e bata o SEU recorde pessoal. Ele é todo e somente SEU. Acredite.

Adaptação do texto de William Shakespeare.

Abaixo vídeos do pouso em Castelo do Piauí – 283km em 7 horas e 08 minutos

Parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=8JI-YKgtECM

Parte 2: http://www.youtube.com/watch?v=Hva847sAg6w

Bons vôos seguros a todos e fiquem com Deus.

Glauco Cavalcanti

www.decolandoparaofuturo.com.br

 


Um comentário:

Maurício disse...

Sensacional artigo Glauco, e obrigado por partilhar suas experiências.

Bons ventos, Maurício